segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Olhar em Construção: Modernismo ( Emoção)- Pós Modernismo: Cognição, Critica associada ao VER e ao FAZER.

O módulo intitulado: “Educação em Museus de Arte “discute o museu como parceiro no processo de ensino e aprendizagem da arte na escola, no que concerne ao desenvolvimento  da sensibilidade e do olhar pensante. Ensinar arte a partir da experiência e do contato direto com as obras dos artistas nos museus, resultará em reflexões que o aluno e o professor farão sobre si e sobre o mundo, promovendo encontros significativos e transformadores com a arte.
A partir de  Leituras de Apoio: coloco as diferenças  entre Modernismo e Pós Modernismo que poderá ser tentado a  aplicação em nosso contexto educacional, em relação as nossas convivências.
 Modernismo: Emoção
 Pós-Modernismo: Cognição- (Conhecimento perceptivo), e Critica associada ao ver e ao fazer.
Acho que deverá ter uma aproximação de Educação e Cultura em nosso país. Observo que Educação (arte educação)  esta muito distante da Cultura.
Por exemplo: O MON em Curitiba, O Investimento é fantástico, Mas pergunto qual é a sua relação verdadeira do Museu e a com a escola pública?
 Dependemos da escola, do professor, do transporte, da Secretária da Cultura, da Secretária da Educação... Como estão estas relações?
Parceria não existe de fato. É mentira. Uma parceria de fato ocorre quando os parceiros possuem o mesmo objetivo e força semelhante, como esta a divulgação do museu na escola. Sabemos que se abre ao público no 1º domingos do mês, fantástico, Qual é o estimulo dos professores junto as famílias, sabendo que o transporte em Curitiba é mais barato. Escolas devem incentivar os pais, a cultura divulgar aos pais, para que levem seus filhos ao museu? Qual é o interesse das famílias em relação aos museus, será estão conscientizados? Lógico não podemos generalizar !
 Quando um dos lados é o “todo poderoso” e ao outro não resta opção, fica difícil.
FRASES DITAS POR BOAL
"A palavra o som e a imagem, da Tv e do Cinema,  projeto que impera mercadoria.
Que nestes canais de opressões, através da palavra o som e da imagem, deva ser conquistada pelos oprimidos como formula de liberação".
"NÃO basta gozar arte, é necessário ser artista".
"Não  basta ter idéia, mas que esta idéia seja transformada em ato social, concreto e continuado.
"Sonho  que em cada cidade tenha um ponto de cultura, nesse dia teremos conquistado a democracia".

Modernidade: Expressão,

Pós-Modernismo: Remetem a construção do objeto, e sua concepção inteligível como elementos definidores da arte.
 ( Relacionada a boa compreensão)
(Conhecido pelo pensamento integrando-se aos sentidos).
Criação é o momento de fazer terminar a arte, detalhes  da percepção se encaixa na obra, tudo se relaciona para o ato concreto: Avaliações feitas o tempo todo, conteúdo expressivo, mas que na verdade é uma extensão da vida cotidiana.
Conjunto, de buscas de significados, relacionar tem um sentido a beleza não é o bonitinho, mas o  justo ao  interior,  uma dimensão a partir de cada ser humano, descobertas nas ordenações da natureza.
"Não basta conhecer as obras do Artista, no Museu,  mas através das obras identificar-se ter algo familiarizado do seu meio". De fato quanto mais contato com a arte, mais as crianças absorvem  bagagem simbólica para representá-lo.
Ex.;Guido Viaro,Picasso, Portinari,não bastam, mas faz-se necessário  identificar-se com ele através das temáticas de sua interpretação: O circo, o brinquedo, a orquestra sinfônica, a religiosidade, a igreja...
A Arte no  prejuízo de não reconhecimento da imagem do mundo em que você vive, da imagem representada pelos artistas; os artistas reforçam a imagem do meio ambiente no qual eles vivem. Você vê uma negra da [pintora modernista] Tarsila [do Amaral]. O que é isso, o que significa isso? Isso pode significar muito para uma classe de crianças, em que haja crianças negras, que dificilmente vêem representada a sua raça com diferentes significados, como tem o quadro da Tarsila, por exemplo. A idéia de raiz que os pés suscitam, a idéia da nutrição que o seio enorme suscita. Então são reforços para você se reconhecer no país em que você vive, se reconhecer como parcela importante desse país, como parcela importante dessa cultura. Então é nesse sentido que a arte contribui muito para desenvolver o sentido de cidadania, atentar para diversidade cultural, para começar a respeitar as diferenças entre grupos culturais.  Diferenças em uma única pessoa. Pertencemos a diferentes grupos culturais, uns majoritários outros minoritários. Então aprender a conviver com isso é tolerância para com o diferente, com o outro.  Através da arte, através inclusive... Mas depende aí do professor. Ele tem que ter uma escolha muito diversificada, não adianta só dar o código europeu e norte-americano branco na escola. Você tem que procurar a arte feita pelas mulheres, pelos índios, pelos negros, e tentar discutir isso com seus alunos, mostrar a validade, a importância cultural de cada uma daquelas manifestações, sem preponderância de uma sobre a outra. E aí você terá um panorama cultural de seu país. Se você conhece culturalmente o seu país, você tem mais chance de respeitá-lo, e isso  é cidadania.

Uma recente pesquisa feita pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo deu a medida da distância existente entre público e arte: 63% dos paulistanos maiores de 14 anos nunca vão a museus, galerias ou exposições de arte.
Esse escasso contato entre arte e público é um dos reflexos de 50 anos de educação modernista, que ensina a fazer, mas não ensina a apreciar e a compreender a arte.
Esta interpretação é de Ana Mae Barbosa, o mais importante nome da arte-educação brasileira da atualidade. Professora de arte-educação da Universidade de São Paulo, também foi diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP e professora visitante de várias universidades nos Estados Unidos e Inglaterra. Já publicou uma dúzia de livros sobre ensino da arte, defendendo a idéia de que as escolas devem ensinar a criança, não apenas a fazer arte, mas a entender e a ter prazer com a arte. A alfabetização visual influi na capacidade crítica das novas gerações e precisa ser muito bem considerada quando se pensa na formação da cidadania.
 [Fala de Ana Mae Barbosa]: “Você  acha possível desenvolver consciência de cidadania sem um conhecimento claro da história do país do qual você é cidadão? Ou da arte do país do qual você é cidadão? Porque o artista é aquele que configura a imagem da sua cultura”.
No primeiro momento, no primeiro contato, na primeira surpresa, sempre haverá algo a ser descoberto...Mas se não acontecer o incentivo pode-se ocorrer o risco de não se ter mais o que descobrir ( desestimulo de criar, uma dimensão que nasce a partir de cada ser humano)
Mas como se as avaliações dizem que Arte e criação são a continuidade da vida cotidiana, e que os seres criam o tempo todo, formando um conjunto de significados.?
No primeiro momento, o primeiro contato da criança com a obra de arte ou com a imagem é através da narratividade, ela narra qualquer coisa acerca daquilo; ela começa a contar uma história, ver uma imagem.
 Então quanto mais rica em diferentes possibilidades de narrativa for a imagem, melhor para um criança de quatro, cinco anos, seis anos.
Depois ela chega à fase do realismo esquemático, em que ela considera bom um desenho ou uma pintura onde estejam traçados, não importa se realisticamente ou não, uma mão teria que ter os cincos dedos.
 Agora não importa se tem unha se tem nada, tem que estar marcado que são cincos dedos. Aí ela passa para o realismo fotográfico, aí ela exige que sim, que a mão seja aquilo que ela chama bem desenhado, ou que seja uma reprodução da realidade, para chegar depois ao realismo metafórico, onde ela começa a aferir significados a uma bolsa desenhada, aquela bolsa vai significar para ela vida, vai significar para ela o tumulto da sociedade, vai significar para ela a escola, a instituição e coisas tais.
Pelo seguinte, porque há uma evolução da expressão plástica e gráfica da criança, que vai da garatuja ao pré-esquema - primeiro ela só garatuja, depois ela joga objetos soltos na folha do papel - e depois ela começa a ter noção de espaço.
A primeira noção de espaço que a criança tem é  a fase convencional, a fase medíocre da criança, que põe a linha de base, põe uma casa, significa que tudo está plantado na terra, que ela está... A visão espacial dela é que tudo corre em relação à terra, e que o céu está lá em cima, não é isso? Por falta de estímulos em casa e na escola, não desenvolve a capacidade de ver da criança, ela vai ficando  nessa fase, tanto é que o adulto que não tem o hábito de desenhar, não adquiriu o hábito de ver obras de arte, e quando vê, não tem percepção, porque  não tem aproximação com a arte, se você [lhe] der um lápis e um papel e disser “desenhe alguma coisa”, ele vai fazer isso. É a última fase a que a criança chega se desenvolvendo autonomamente.
"Pela falta de incentivo a criança, (o  adulto hoje faz a obra de sua bagagem a  sua arte, que é  aquela casinha  européia que ficou em sua mente  na sua fase  do passado" aos nove anos".
Segundo Ana Mae Barbosa: "A aprendizagem da imagem no caso das artes visuais, não é só a imagem da arte consagrada que deve ser analisada.
 A imagem da publicidade, a imagem da televisão também,  Quando nós tivermos críticos de televisão, quando os consumidores forem críticos da televisão, ela vai melhorar. A tendência é essa. Nos países onde há uma ênfase na crítica na televisão, a televisão tende a se aprimorar também. Eu acho que é muito importante enfocar o produto, a análise do produto, eu vou dizer por quê. Fala-se muito que a arte é importante para o desenvolvimento da criatividade, que o fazer arte é importante. Esse é um slogan modernista - desenvolver a criatividade - por isso levamos nossos alunos a fazerem arte. Quantos desses nossos alunos da escola pública - voltando ao que a Ana falou - poderão ter chance de continuar se desenvolvendo criadoramente ao longo da sua vida? Eles vão ser bancários, eles vão trabalhar em ofícios extremamente repetitivos. Para se desenvolver fazendo arte, você precisa de espaço, precisa de tempo e etc. Ver obra de arte, ver a imagem, analisar a imagem, analisar um filme que você viu no cinema, também desenvolve sua capacidade criadora. E esta sim, este pode ser um desenvolvimento continuado ao longo da vida. É muito mais fácil você ao sair do trabalho ir olhar uma exposição do que você ir para casa encontrar espaço e material, que é caro, para trabalhar em arte, no caso das artes visuais.

link para Tese de Mestrado: Politicas Públicas de Acesso Às Artes Visuais em Curitiba, Ações Educativas do Museu Oscar Niemayer Para Escolas da Educação do Paraná.
Cintia Ribeiro Veloso da Silva
Orientação: Rose Meire Trojan UFPR

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Um Abraço: Ronel Corsi

LICAR:Artes Plástica
http://ronelcorsiolharfamiliar.blogspot.com/2010/09/olhar-em-construcao.html