segunda-feira, 18 de maio de 2009

OLHAR EM CONSTRUÇÃO : ARTES VISUAIS:"GUIDO VIARO"ARTISTA PARANAENSE

">GUIDO VIARO
Guido Viaro
De nacionalidade italiana, Guido Viaro foi o responsável por introduzir a modernidade nas Artes Plásticas do Paraná. Possuía a consciência de que só a educação através da arte humaniza a sociedade. Foi o representante de importantes mudanças em prol da ampliação da liberdade de expressão do artista e do público infantil, criando a Escolinha de Arte do Ginásio Belmiro César, em 1937 e, mais tarde, regularizou o "Centro Juvenil de Artes Plásticas que funciona até hoje.
Faleceu em 1971. Influenciou várias gerações de artistas entre eles Fernando Velloso, Mário Rubinski, Domício Pedroso, Luiz Carlos Andrade Lima, Fernando Calderari, João Osório Brzezinski, Ivens Fontoura, Eduardo Zimmermamm.

Ronel Corsi


DADOS COLHIDOS EM PESQUISA DO MUSEU OSCAR NIEMEYER, SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA

A exposição “Guido Viaro – Um visionário da arte” apresenta a maior retrospectiva da produção do italiano Guido Viaro (1897-1971), que se radicou em Curitiba a partir de 1929. Cerca de 200 obras, incluindo pinturas, desenhos, gravuras e esculturas serão apresentadas pelo Museu Oscar Niemeyer, nesta terça-feira (28), às 19h, para jornalistas e convidados. O público poderá fazer a visitação entre 29 de novembro e 04 de março, e conhecer as obras que integram um grande projeto de resgate da produção do artista.

“O Medo”, “O Homem sem Rumo” e “A Polaca” são algumas das obras-primas presentes na exibição. A maior parte das obras pertencem à família do artista e apenas 30 delas são de colecionadores particulares e instituições de arte. Complementando o projeto cenográfico, na sala expositiva, o público poderá assistir a um vídeo inédito sobre Viaro, elaborado pelo neto do artista, Túlio Viaro, e também poderá ver a projeção de mil e cem obras catalogadas e fotografadas por Juliano Sandrini.

Todo o projeto de resgate da obra de Guido Viaro está sendo desenvolvido sob a curadoria do filho do artista, Constantino Viaro, em parceria com Estela Sandrini e Maria José Justino. Além da apresentação da retrospectiva de Viaro, no Museu Oscar Niemeyer, o grupo prevê ainda a edição de um livro e de um DVD sobre a vida e a obra do artista, e também de um CD, com o levantamento de aproximadamente mil obras fotografadas e catalogadas.

O Artista - Críticos de arte e estudiosos da obra de Guido Viaro afirmam que o artista “abordou com muita sensibilidade e competência diversas problemáticas e gêneros na arte”, entre eles, o social, o religioso, a paisagem e o retrato por meio da pintura, desenho, gravura e escultura. A curadora Maria José Justino diz que “em todas essas experiências, salta o humanista, com uma linguagem moderna, expressionista”.

Nascido na Itália (Badia Polesine, província de Rovigo), Viaro escolheu o Brasil para viver. Desembarcou no Rio de Janeiro (1927) e seguiu para São Paulo, onde estabeleceu uma breve convivência com artistas que mais tarde comporiam o “Grupo Santa Helena” (Volpi, Clóvis Graciano, entre outros). Nesse período, Viaro sobreviveu como ilustrador em jornais e realizou serviços gráficos e afrescos em cafés, residências e fazendas.

Mais tarde (1929), fixou-se no Paraná, onde constituiu família, fez amigos e amadureceu como artista. Aqui, “no meio da forte influência dos discípulos de Alfredo Andersen e da tendência paranista, inaugurou uma nova linguagem, uma pintura de cunho expressionista, que soube diferenciar assunto de arte e uniu verdade à beleza”, disse Maria José. Segundo ela, Viaro foi precursor, entre nós, da linguagem estética atualizada. Responsável, ao lado de Poty Lazzarotto, pela ilustração da “Revista Joaquim”.

Além de grande mestre da arte paranaense, Viaro foi o único a estender essa experiência ao trabalho infantil, criando a primeira “escolinha de arte” (1937), com a vontade e o compromisso de alargar a dimensão estética aos menos favorecidos. “Essa preocupação ética e social permanece presente em toda a sua obra. É o primeiro a lidar com arte e educação, não apenas no Paraná, mas no Brasil, no entendimento profundo da arte como forma de elevar o homem.”

Maria José disse que “como ninguém, Viaro teve a fina sensibilidade de perceber que fazer arte é educar-se na liberdade instigando a curiosidade de seus alunos –crianças, adolescentes e adultos –, procurando abrir caminhos sem impor o seu próprio”. Leonor Botteri, Ida Hannemann Campos, Luiz Carlos de Andrade Lima, Jair Mendes, Fernando Velloso, Fernando Calderari, Domicio Pedroso, João Osório Brzenzinski, Estela Sandrini, Zimmermann foram alguns de seus discípulos.

“A arte foi a sua humanização, no diálogo autêntico com a vida. Além de ensinar, sua obra se abre generosamente para uma experiência singular da beleza, fazendo-nos experimentar algo de vital, emoção e prazer pela arte, ao mesmo tempo em que nos ensina o respeito e amor pelo homem, pela mulher, pela arte e pela vida.”