sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Olhar em Construção: Artes Visuais: Realismo e os ideais da Revolução Francesa

Qual a relação que podemos estabelecer entre o Realismo e os ideais da Revolução Francesa?

 Os artistas realistas se dedicam a temas de sua própria época e da realidade cotidiana: os camponeses, os trabalhadores urbanos, a vida nos subúrbios das grandes cidades, sempre procurando investigar e examinar a realidade social.
Na Revolução Francesa ( com ideais de: liberdade, fraternidade e igualdade) questionava-se a ordem instituída, ou seja, sacudiram as antigas hierarquias e abriram espaço para o surgimento das sociedades burguesas contemporâneas.
Ao romper com o Antigo Regime a Revolução Francesa revoluciona proclamando a liberdade de empreendimento e de lucro, valores defendidos pela burguesia. Na linguagem, as palavras que identificassem com o Antigo Regime viraram tabus e foram substituídas por outras.
No caso do Realismo, assumindo o ideal de liberdade da Revolução Francesa, rompe com o romantismo criando um terreno mais fértil para a crítica da realidade ao retratar cenas reais do cotidiano de pessoas comuns ou seja de "cidadãos".
GARBOZZA  Gustavo Davi, em 05/11/2009.

Olá Gustavo.
A idéia dos artistas era exatamente esta.
Hoje, com o devido distanciamento que o tempo nos proporciona, e também com a impossibilidade de efetivação dos ideais tanto da Revolução Francesa como do Realismo, estes movimentos nos parecem românticos ( diferentemente do Movimento Romantismo). Tem um livro chamado "De David a Delacroix" do autor Friedlander que trata deste assunto com clareza. Se puder leia que você vai gostar.  MENDES Cristina em 09/11/2009.

Há um pensamento de Merleau-Ponty que acho preciso: Arte é como “um vir a ser do que nunca antes existiu”.
Esse ponto transcendental que está entre o provável (já que não acredito muito em uma tal "realidade concreta", uma "verdade objetiva") e o improvável é o que a observação da obra de arte excita em nossa essência. Talvez por isso sejamos sempre tocados pela expressão artística. De uma forma ou de outra, jamais saímos incólumes do contato com uma obra.
LAUBE  Leandro, em 11/11/2009

Olá Leandro
A idéia é exatamente esta: a permanência do romantismo no mundo contemporâneo. Um romantismo desiludido e entristecido ao qual nos acostumamos a chamar de realidade. Com a consolidação das massas enredadas nos meios comunicacionais a tendência, segundo estudiosos, é que a nossa sociedade se torne cada vez mais melodramática - onde no final das contas, nada nos comove profundamente. Para podermos analisar com mais clareza as tendências da contemporaneidade, tanto a desilusão provinda dos resultados sociais pós-revolução francesa, quanto a idéia de realidade são pontos fundamentais para a reflexão. Ao organizarmos este curso, pensamos justamente em proporcionar aos alunos este tipo de reflexão. De acordo com Décio Pignatari, uma das atribuições da obra de arte seria a de tirar as pessoas da anestesia gerada pela qualidade de vida contemporânea. Segundo ele, os meios de massa e a falta de perspectiva nos impelem a um amortecimento dos sentidos. Este fenômeno sensorial anestésico só poderia ser evitado, portanto, pela potência da obra de arte e de sua capacidade crescente de iconização. Questionar a vida, é a mola mestra da poética dos artistas - como lidar com a vida, através da elaboração formal - é o resultado ao qual atribuímos o nome de "obra de arte".
MENDES Cristina em 10/11/2009
A definição geografica européia, citada no inicio da fase romântica, está relacionada ao congresso de Viena?  AMARAL, Elaine Cristina Costa do Amaral, em 09/11/2009

Acredito que sim, Elaine, pois um dos objetivos do Congresso de Viena (1814) foi definir fronteiras e reorganizar os governos da Europa.
Quanto ao Movimento Romântico, este sofreu severas críticas (feitas por Marx, por exemplo) por ser entendido como uma escola artística que expressava os interesses da nobreza, décadas antes abatida pela Revolução Francesa (1789), cujo sucesso de seu ideário liberal fez com que os participantes do Congresso de Viena discutissem um novo modelo político no velho continente.
ETIENE Cezar Rosa Vaccarelli em 09/11/2009.

Observei a discussão de Gustavo Davi Garbozza, Leandro Laube e Cristina Mendes, Eliane Cristina Costa do Amaral , como também da Etienne César D.Vaccarelli.

Sociedade mais melodrama, o Realismo vira Romantismo; e sobre a citação de Décio Pignatari, tirar as pessoas da anestesia gerada pela baixa qualidade de vida Contemporânea, falta de perspectivas , amortecimento dos sentidos, meio a massa.

Vivência atual, Cânone de visão: falta exercícios da percepção, Acho interessante o Livro O ponto de Mutação de Fritjof Capra, Autor de o TAO DA FÍSICA, A CIÊNCIA , A SOCIEDADE E A CULTURA EMERGENTE,
Uma convincente visão de uma nova realidade a Reconciliação da ciência e do espírito humano e o futuro que está para acontecer.

Com clareza devastadora, Capra mostra como, em todos os campos da ciência, bem como no da saúde, nossos métodos e nossas teorias estão nos levando para a nossa própria destruição... Carl Rogers,Ph D.

Faz-se necessário reeducar as famílias. Exercitar as crianças, acho até mesmo os hábitos estéticos deturpados e deixados de lado, falta praticidade, em suma falta bons hábitos estéticos.
Diante da provocação e intencionalidade de M. Duchamp , em chocar, afirmar que o gosto estético não passa do hábito.
Acho também a falta de informação estética bastante grave, o olhar globalizado idealizados espelhados nos ideais da revolução Francesa.
Ronel

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Um Abraço: Ronel Corsi

LICAR:Artes Plástica
http://ronelcorsiolharfamiliar.blogspot.com/2010/09/olhar-em-construcao.html