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Termina nesta segunda exposição com releituras dos alunos no Fera 2006
Vai até segunda-feira (22), na Biblioteca Pública do Paraná, em Curitiba, a exposição “Poty, O Artista Ilustrador & Ilustradores Paranaenses”. A mostra, preparada pela artista plástica Sônia Gutierrez, serviu de referência aos alunos e educadores na experiência de leitura e interpretação de imagem realizada em sete etapas do Festival de Arte da Rede Estudantil (FERA) que percorreu o Estado no ano passado.
“Convidamos a Sônia Gutierrez para esse trabalho de exposição monitorada de artes visuais no Festival porque um dos artistas homenageados em 2006 foi o Poty Lazzarotto, objeto de pesquisa da Sônia”, disse Ronel Corsi, um dos coordenadores pedagógicos do Fera.
A proposta do trabalho consistia na leitura de ilustrações do Poty e de mais 12 artistas-ilustradores paranaenses pelo público do Festival. “A partir do primeiro contato das pessoas com as imagens, eu fazia uma breve apresentação do assunto, introduzindo um pouco de teoria; então eu pedia pra que cada um escolhesse uma ilustração e, num processo de releitura, produzisse um desenho tendo como referência a imagem escolhida”, explicou Sônia.
A artista destaca o modo como esse processo desperta a acuidade visual do observador para a obra, pois os detalhes passam a ter muita importância na recriação. “É aí que ele vai ver de fato a obra”, disse ela.
Os desenhos produzidos em cada etapa do festival foram sendo incorporados à exposição, ampliando o acervo gradativamente. “Na última etapa, em Curitiba, chegamos a ter mais de 100 painéis”, afirma Ronel.
Para Vilmara Sueli Cavichiolo, coordenadora pedagógica do Fera, o diferencial do Festival em relação ao ensino tradicional, focado no raciocínio lógico, está no intenso desenvolvimento das capacidades criativas dos alunos. “Aqui eles exercitam, e muito, a percepção, a intuição, a sensibilidade, a criatividade, ou seja, outras potencialidades que fazem parte da cognição e que não são plenamente desenvolvidas na escola; por esse motivo é muito importante que as pessoas venham conferir o trabalho desses alunos que está sendo resgatado nessa exposição” avalia Vilmara.
Além da obra gráfica de Poty, a mostra apresenta a produção atual dos paranaenses Denise Romã, Elani Paludo, Guilherme Zamoner, Heliana Grudzen, Luiz Guinki, Luiz Retamozzo, Márcia Zéliga, Miran, Priscila Sanson, Rogério Dias, Solda e Sônia Gutierrez.
Museu Oscar Niemeyer apresenta maior retrospectiva de Guido Viaro
A exposição “Guido Viaro – Um visionário da arte” apresenta a maior retrospectiva da produção do italiano Guido Viaro (1897-1971), que se radicou em Curitiba a partir de 1929. Cerca de 200 obras, incluindo pinturas, desenhos, gravuras e esculturas serão apresentadas pelo Museu Oscar Niemeyer, nesta terça-feira (28), às 19h, para jornalistas e convidados. O público poderá fazer a visitação entre 29 de novembro e 04 de março, e conhecer as obras que integram um grande projeto de resgate da produção do artista.
“O Medo”, “O Homem sem Rumo” e “A Polaca” são algumas das obras-primas presentes na exibição. A maior parte das obras pertencem à família do artista e apenas 30 delas são de colecionadores particulares e instituições de arte. Complementando o projeto cenográfico, na sala expositiva, o público poderá assistir a um vídeo inédito sobre Viaro, elaborado pelo neto do artista, Túlio Viaro, e também poderá ver a projeção de mil e cem obras catalogadas e fotografadas por Juliano Sandrini.
Todo o projeto de resgate da obra de Guido Viaro está sendo desenvolvido sob a curadoria do filho do artista, Constantino Viaro, em parceria com Estela Sandrini e Maria José Justino. Além da apresentação da retrospectiva de Viaro, no Museu Oscar Niemeyer, o grupo prevê ainda a edição de um livro e de um DVD sobre a vida e a obra do artista, e também de um CD, com o levantamento de aproximadamente mil obras fotografadas e catalogadas.
O Artista - Críticos de arte e estudiosos da obra de Guido Viaro afirmam que o artista “abordou com muita sensibilidade e competência diversas problemáticas e gêneros na arte”, entre eles, o social, o religioso, a paisagem e o retrato por meio da pintura, desenho, gravura e escultura. A curadora Maria José Justino diz que “em todas essas experiências, salta o humanista, com uma linguagem moderna, expressionista”.
Nascido na Itália (Badia Polesine, província de Rovigo), Viaro escolheu o Brasil para viver. Desembarcou no Rio de Janeiro (1927) e seguiu para São Paulo, onde estabeleceu uma breve convivência com artistas que mais tarde comporiam o “Grupo Santa Helena” (Volpi, Clóvis Graciano, entre outros). Nesse período, Viaro sobreviveu como ilustrador em jornais e realizou serviços gráficos e afrescos em cafés, residências e fazendas.
Mais tarde (1929), fixou-se no Paraná, onde constituiu família, fez amigos e amadureceu como artista. Aqui, “no meio da forte influência dos discípulos de Alfredo Andersen e da tendência paranista, inaugurou uma nova linguagem, uma pintura de cunho expressionista, que soube diferenciar assunto de arte e uniu verdade à beleza”, disse Maria José. Segundo ela, Viaro foi precursor, entre nós, da linguagem estética atualizada. Responsável, ao lado de Poty Lazzarotto, pela ilustração da “Revista Joaquim”.
Além de grande mestre da arte paranaense, Viaro foi o único a estender essa experiência ao trabalho infantil, criando a primeira “escolinha de arte” (1937), com a vontade e o compromisso de alargar a dimensão estética aos menos favorecidos. “Essa preocupação ética e social permanece presente em toda a sua obra. É o primeiro a lidar com arte e educação, não apenas no Paraná, mas no Brasil, no entendimento profundo da arte como forma de elevar o homem.”
Maria José disse que “como ninguém, Viaro teve a fina sensibilidade de perceber que fazer arte é educar-se na liberdade instigando a curiosidade de seus alunos –crianças, adolescentes e adultos –, procurando abrir caminhos sem impor o seu próprio”. Leonor Botteri, Ida Hannemann Campos, Luiz Carlos de Andrade Lima, Jair Mendes, Fernando Velloso, Fernando Calderari, Domicio Pedroso, João Osório Brzenzinski, Estela Sandrini, Zimmermann foram alguns de seus discípulos.
“A arte foi a sua humanização, no diálogo autêntico com a vida. Além de ensinar, sua obra se abre generosamente para uma experiência singular da beleza, fazendo-nos experimentar algo de vital, emoção e prazer pela arte, ao mesmo tempo em que nos ensina o respeito e amor pelo homem, pela mulher, pela arte e pela vida.”
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
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Um Abraço: Ronel Corsi
LICAR:Artes Plástica
http://ronelcorsiolharfamiliar.blogspot.com/2010/09/olhar-em-construcao.html